Quando pensamos em recrutamento e seleção, o LinkedIn costuma ser a primeira plataforma que vem à mente. Sem dúvida, ele se tornou um espaço indispensável para conectar empresas e profissionais, especialmente em cargos de liderança, especialistas técnicos e posições estratégicas. No entanto, limitar a busca apenas ao LinkedIn é como pescar em um lago movimentado: há muitos peixes, mas também muita competição.
Como analista sênior de RH, percebo diariamente que os talentos certos nem sempre estão onde esperamos. Muitas vezes, eles estão em canais alternativos ou até mesmo invisíveis às estratégias tradicionais de recrutamento. O segredo, portanto, está em diversificar os pontos de contato e ampliar o alcance da marca empregadora.
Onde estão esses talentos “escondidos”?
1. Grupos e comunidades de nicho
Fóruns especializados, comunidades no WhatsApp, Telegram ou até mesmo no Discord têm atraído profissionais de áreas muito específicas, como tecnologia, marketing digital, design ou engenharia. Ali, os talentos interagem de forma orgânica, trocam experiências e demonstram conhecimento de forma espontânea — um excelente espaço para identificar potenciais candidatos.
2. Plataformas acadêmicas e parcerias com universidades
Estudantes em fase final de graduação ou recém-formados nem sempre estão no LinkedIn de forma ativa, mas participam de eventos acadêmicos, competições de cases e projetos de extensão. Estabelecer parcerias com universidades, centros de pesquisa e até programas de estágio é uma forma de acessar talentos em formação e moldar profissionais alinhados à cultura da empresa.
3. Redes sociais alternativas
Instagram, TikTok e até o Twitter (X) têm se mostrado fontes interessantes de talentos, especialmente em áreas criativas e digitais. Muitos profissionais usam essas plataformas para mostrar portfólios, compartilhar ideias e se posicionar em relação a tendências. A empresa que sabe ouvir essas vozes consegue chegar primeiro a candidatos que talvez nunca se candidatem formalmente.
4. Eventos e comunidades presenciais
Meetups, feiras de negócios, congressos e até grupos locais de empreendedorismo reúnem profissionais que, muitas vezes, não estão ativamente em busca de recolocação, mas estão abertos a novas oportunidades. O contato presencial, além de fortalecer o networking, aumenta a credibilidade da empresa e cria conexões genuínas.
5. Banco de talentos interno e programas de indicação
Outro ponto frequentemente negligenciado é olhar para dentro. Muitas vezes, a pessoa ideal para assumir um novo desafio já está na empresa, apenas aguardando ser desenvolvida ou reconhecida. Além disso, colaboradores indicam pessoas de confiança, reduzindo custos de recrutamento e aumentando a taxa de aderência cultural.
O papel do RH estratégico nesse cenário
Encontrar talentos além do LinkedIn exige que o RH assuma um papel mais investigativo e estratégico. Não se trata apenas de abrir vagas, mas de mapear ecossistemas profissionais e fortalecer a presença da marca empregadora em diferentes canais.
A adoção de ferramentas de People Analytics, por exemplo, pode ajudar a cruzar dados e identificar onde estão os candidatos mais compatíveis. Já o investimento em employer branding garante que, independentemente do canal, a empresa seja percebida como um bom lugar para se trabalhar.
Conclusão
O LinkedIn continuará sendo uma das principais vitrines para o recrutamento, mas não deve ser a única. Ao diversificar os canais e adotar uma visão mais ampla, sua empresa estará não só ampliando o alcance do recrutamento, mas também construindo relações mais sólidas com talentos que poderiam passar despercebidos.
Afinal, o verdadeiro diferencial não está apenas em encontrar candidatos, mas em alcançar as pessoas certas, nos lugares certos, antes da concorrência.