Nos últimos anos, um termo ganhou espaço nas conversas sobre gestão de pessoas: Quiet Quitting — quando o colaborador faz apenas o mínimo necessário, sem engajamento, sem iniciativa e sem conexão real com o trabalho.
Embora muitos tratem o tema como um problema de performance, a raiz do Quiet Quitting costuma estar muito antes: no processo de recrutamento.
A desmotivação silenciosa não é apenas um comportamento individual; ela é um sinal de alerta sobre falhas estratégicas na atração, seleção e integração de talentos. Entender isso é essencial para qualquer empresa que deseja contratar bem, reter e construir times realmente produtivos.
- Quiet Quitting não nasce do nada — nasce da falta de alinhamento
Quando uma pessoa aceita uma vaga que não corresponde à sua expectativa, ao seu perfil ou ao seu propósito, o entusiasmo dura pouco.
Isso significa que o Quiet Quitting, muitas vezes, é consequência de:
descrição de vaga genérica ou mal explicada;
cultura da empresa não apresentada com clareza;
expectativas pouco transparentes;
avaliação superficial na seleção.
Contratar “no susto” gera desalinhamento. E desalinhamento gera desmotivação.
- O comportamento desmotivado revela erros silenciosos do processo seletivo
Cada colaborador que entra e logo se desengaja é um indicador de que algo precisa ser revisto.
O Quiet Quitting revela:
falha em identificar o fit comportamental;
excesso de foco técnico e pouco foco humano;
entrevistas pouco estruturadas;
pressa para preencher a vaga sem validar o que realmente importa.
Ou seja: não é um problema só do colaborador — é do processo.
- A cultura é mais forte que qualquer técnica
Um candidato tecnicamente perfeito pode se tornar um colaborador frustrado se não se encaixar na cultura.
Por isso, empresas que evitam o Quiet Quitting fazem o oposto:
comunicam valores e rotinas desde o início;
mostram como é a realidade do dia a dia;
não vendem uma experiência diferente da que entregam.
Quanto mais transparente o processo, menor o risco de desengajamento no futuro.
- Selecionar com profundidade reduz o risco de desmotivação silenciosa
Quiet Quitting não é preguiça — é desconexão.
E a desconexão pode ser prevista quando o recrutamento é estratégico.
Boas práticas incluem:
entrevistas estruturadas e com foco comportamental;
análise do histórico e padrões do candidato;
estudo da motivação real da pessoa para a vaga;
testes práticos que simulem o dia a dia.
Quanto mais completo o processo, melhor a qualidade da contratação.
- Onboarding eficiente evita que o engajamento morra nos primeiros meses
Mesmo quando o processo seletivo é bem-feito, um onboarding fraco pode gerar Quiet Quitting.
O início determina como será a jornada do colaborador.
Um bom onboarding:
orienta, acolhe e integra;
mostra o propósito da função;
ajuda o novo colaborador a entender como seu trabalho gera impacto.
Pessoas bem direcionadas tendem a se engajar mais — e por mais tempo.
- Conclusão: Quiet Quitting é um diagnóstico, não um problema isolado
Empresas que investigam os motivos por trás da desmotivação silenciosa descobrem que:
👉 Quiet Quitting é consequência, não causa.
👉 E quase sempre, a consequência começa no recrutamento.
Por isso, contratar certo deixou de ser apenas uma necessidade operacional e passou a ser uma estratégia de retenção, cultura e crescimento sustentável.
Quando a empresa seleciona com alinhamento, clareza e profundidade, ela reduz drasticamente o risco de funcionários desmotivados — e aumenta a chance de construir equipes comprometidas, produtivas e preparadas para crescer junto.

