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De Estagiário a CEO: Como Recrutar com Olhar para o Potencial e Não Só para o Histórico

É comum ouvirmos histórias de profissionais que começaram como estagiários, assistentes ou trainees e, ao longo dos anos, galgaram posições até a alta liderança. Esses relatos inspiram e encantam porque mostram que o crescimento é possível — mas também nos convidam a refletir sobre uma pergunta essencial: por que muitas empresas ainda recrutam olhando apenas para o que está no currículo, ignorando o que ainda está por vir?

Em um mercado onde inovação, agilidade e adaptabilidade são competências essenciais, confiar apenas no histórico é um risco. O verdadeiro diferencial, cada vez mais, está em identificar o potencial — aquela combinação de curiosidade, sede de aprendizado, inteligência emocional e capacidade de evoluir junto com a empresa.

O modelo tradicional está ficando para trás

Por décadas, os processos seletivos foram guiados por um filtro rígido: instituições de ensino renomadas, experiências anteriores em empresas “de peso”, domínio técnico comprovado. Embora esses fatores ainda tenham relevância, eles não contam toda a história. Afinal, nem todo talento teve acesso às mesmas oportunidades — mas isso não significa que não tenha competência ou brilho para desenvolver um trabalho excepcional.

Além disso, o que funcionava antes pode já não ser suficiente. O futuro do trabalho é imprevisível. As funções mudam, as tecnologias evoluem e os desafios se transformam rapidamente. E isso exige profissionais que saibam aprender, desaprender e reaprender com facilidade — algo que nem sempre é visível em um currículo tradicional.

Recrutar por potencial é apostar no futuro

Recrutar com foco no potencial é entender que competências técnicas podem ser ensinadas, mas vontade, ética, inteligência emocional, adaptabilidade e espírito de equipe são traços que nem sempre se adquirem facilmente. E são justamente esses traços que impulsionam uma carreira de sucesso e sustentam o crescimento de longo prazo.

Pessoas com potencial demonstram iniciativa, aprendem rápido, buscam feedback, se ajustam aos contextos e constroem relações de confiança. Quando inseridas em uma cultura que favorece o desenvolvimento, elas florescem — e muitas vezes surpreendem.

Esse olhar é ainda mais importante em empresas que valorizam a formação de talentos internos. Se queremos formar futuros líderes, precisamos encontrá-los antes de eles estarem prontos.

Como identificar o potencial em um processo seletivo?

1. Olhe além do currículo
Ao avaliar um candidato, pergunte-se: o que essa pessoa pode se tornar daqui a 1 ou 2 anos? Quais traços mostram que ela pode crescer com a empresa? O currículo mostra o passado. O potencial aponta para o futuro.

2. Faça perguntas situacionais e comportamentais
Dê mais espaço para perguntas como: “Como você lidaria com X situação?” ou “Se estivesse diante de um desafio novo, como reagiria?” Essas perguntas ajudam a avaliar raciocínio, criatividade, resiliência e ética.

3. Esteja aberto a trajetórias não tradicionais
Nem todos os grandes talentos passaram por universidades de renome ou multinacionais. Muitas vezes, o diferencial está justamente em histórias de superação, reinvenção e aprendizado autodidata.

4. Avalie o alinhamento com a cultura e os valores da empresa
Pessoas com alto potencial se desenvolvem melhor em ambientes com os quais se identificam. Ter valores em comum é um indicador poderoso de que há terreno fértil para crescimento.

5. Considere programas internos de desenvolvimento
Ao recrutar por potencial, é essencial ter planos estruturados de capacitação e acompanhamento. Isso garante que o talento identificado possa evoluir com base em apoio real e contínuo.

Recrutar bem é desenvolver melhor

Empresas que enxergam o potencial investem no longo prazo. Não apenas contratam alguém para preencher uma vaga, mas acolhem uma trajetória — e ajudam a moldá-la. São essas empresas que cultivam líderes, retêm talentos e constroem uma cultura de crescimento genuíno.

A pergunta não é apenas quem está pronto hoje, mas quem pode se tornar essencial amanhã.

Dar uma chance para alguém em início de carreira, que talvez ainda esteja em formação técnica, mas demonstra maturidade, inteligência emocional e disposição para aprender, pode ser o primeiro capítulo de uma grande história. Uma história que começa no estágio, mas pode terminar no topo da liderança.

Conclusão

Recrutar com foco no potencial é, acima de tudo, um exercício de visão. É acreditar que talento se constrói com oportunidade, e que por trás de cada candidatura existe alguém pronto para evoluir — desde que alguém esteja disposto a apostar.

Porque todo CEO já foi estagiário. E talvez o próximo grande líder da sua empresa esteja hoje apenas esperando a chance de mostrar aonde pode chegar.

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