Quando falamos em recrutamento, muitas vezes imaginamos o famoso “candidato ideal”: aquele profissional que reúne todas as habilidades técnicas, experiência comprovada, perfil comportamental alinhado e ainda se encaixa perfeitamente na cultura da empresa. Mas será que ele realmente existe?
A verdade é que, na prática, encontrar alguém que atenda 100% de uma descrição de vaga é extremamente raro. E é aí que entra uma mudança importante de olhar: em vez de buscar a perfeição, as empresas precisam aprender a identificar potencial e treinabilidade.
O que significa recrutar para potencial?
Recrutar para potencial é valorizar candidatos que, mesmo não cumprindo todos os requisitos técnicos da vaga, demonstram:
- Vontade de aprender
- Adaptabilidade
- Boa comunicação e colaboração
- Aderência à cultura da empresa
- Capacidade de resolver problemas
Essas são qualidades que não podem ser ensinadas facilmente em um treinamento, mas que fazem enorme diferença no dia a dia de trabalho.
Treinabilidade: um diferencial estratégico
Treinabilidade significa a capacidade do profissional em absorver novos conhecimentos, aplicar aprendizados e evoluir com rapidez.
Muitas vezes, investir em alguém que tem a base comportamental sólida e o desejo de crescer traz mais retorno do que contratar um profissional que sabe muito, mas não se adapta ou não tem disposição para evoluir.
Por que essa visão é importante para empresas e RHs?
- Mercado em constante mudança – Novas ferramentas, processos e demandas surgem a todo momento. Profissionais que aprendem rápido são mais valiosos que currículos “perfeitos”.
- Fortalecimento da cultura – Pessoas alinhadas aos valores da empresa tendem a se engajar mais, mesmo que ainda precisem de desenvolvimento técnico.
- Retenção de talentos – Profissionais que percebem oportunidades de aprendizado e crescimento têm maior chance de permanecer na empresa.
- Maior diversidade – Ao abrir espaço para perfis diferentes, as equipes ganham novas ideias e perspectivas.
Como aplicar essa mentalidade no recrutamento
- Reveja descrições de vagas: priorize requisitos realmente essenciais e diferencie o que é “necessário” do que é “desejável”.
- Inclua avaliações comportamentais: entrevistas por competências, dinâmicas ou testes podem mostrar mais sobre o potencial do candidato do que o currículo.
- Mostre os caminhos de desenvolvimento: ao apresentar o plano de treinamentos e possibilidades de crescimento, a empresa atrai profissionais motivados a aprender.
- Treine gestores: muitas vezes, quem contrata espera “o profissional pronto”. Alinhar a liderança à ideia de desenvolvimento interno é fundamental.
Conclusão
O candidato ideal pode até ser um mito, mas isso não significa que sua empresa precisa abrir mão da qualidade no processo seletivo. Ao mudar o foco para potencial e treinabilidade, o RH amplia o leque de talentos, fortalece a cultura organizacional e garante equipes mais preparadas para os desafios do futuro.
Em um mercado de trabalho tão dinâmico, quem sabe aprender e se adaptar vale mais do que quem apenas “já sabe tudo”.