Quando falamos em processos seletivos, é comum pensar que apenas o candidato está sendo avaliado. Mas, na prática, a avaliação é uma via de mão dupla.
Cada interação, cada pergunta e até o tom da conversa ajudam o profissional a formar sua própria percepção sobre a empresa. E é aí que entra o conceito da “primeira impressão inversa” — o momento em que o RH deixa de ser apenas o avaliador e passa também a ser avaliado.
O novo olhar dos candidatos
Com o mercado cada vez mais competitivo e os profissionais mais atentos à cultura e ao propósito das empresas, a experiência na entrevista se tornou um termômetro poderoso.
Candidatos observam muito além do que está nas palavras:
- A postura do entrevistador: transmite acolhimento, clareza e respeito?
- O processo seletivo: é organizado, transparente e ágil?
- O alinhamento entre discurso e prática: o que é dito sobre a cultura realmente se reflete nas atitudes?
Esses detalhes constroem (ou quebram) a credibilidade da marca empregadora.
O impacto da experiência no engajamento
Pesquisas mostram que profissionais que têm uma boa experiência de entrevista — mesmo que não sejam contratados — têm duas vezes mais chance de recomendar a empresa a outras pessoas.
Já uma experiência negativa pode afastar talentos e prejudicar a reputação da marca no mercado.
A primeira impressão inversa acontece em minutos:
o tom da conversa, o preparo do entrevistador e até a forma como o feedback é conduzido revelam muito sobre como aquela empresa valoriza pessoas.
O papel do RH como embaixador da cultura
Em um cenário em que o employer branding é estratégico, o RH precisa se posicionar como porta-voz da experiência.
Isso vai além de aplicar entrevistas: é sobre criar conexões genuínas, apresentar com transparência os desafios do negócio e demonstrar interesse real pelo desenvolvimento do candidato.
Uma boa prática é sempre se perguntar:
“O que essa entrevista está comunicando sobre quem somos como organização?”
Se a resposta for coerente com os valores e com o que a empresa promete no mercado, o RH está no caminho certo.
Conclusão
A “primeira impressão inversa” é um lembrete poderoso de que as entrevistas são tão decisivas para o candidato quanto para a empresa.
No fim, os talentos escolhem lugares onde se sentem respeitados, ouvidos e inspirados.
E é justamente nessa troca — quando o RH também encanta — que começam as contratações certas e as relações duradouras.